sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Igreja Evangélica Assembleia de Deus Ministério São Bernardo do Campo Uma História de Amor, Consagração e Fidelidade a Deus.

Emprestado por Joh
Embora não seja membro deste Ministério, eu quis ler este livro pela biografia, uma vez que aprecio a história de pessoas, organizações, cidades, etc. O livro não retrata unicamente a história dessa Igreja, mas começa com um resumo prazeroso sobre o movimento Pentecostal do dia de Pentecoste, passando pela Rua Azuza, até chegar a este Ministério.
O autor do livro escreve de maneira simples e cativante. Não há uma exploração da história de maneira sensacionalista ou apelativa. Ele conta os fatos simplesmente e ainda acrescenta alguns registros da história local, como a formação da cidade de São Bernardo do Campo. As pessoas citadas e reconhecidas como personagens importantes são retratadas como pessoas comuns, mas cheios de amor a Deus e a Sua Obra. Como uma boa biografia, o autor preocupou-se em ilustrar com fotografias, não só do Ministério, mas também das pessoas citadas, como os amados fundadores da Assembleia de Deus no Brasil, os precursores do Avivamento na Rua Azuza, entre outros.
Um aspecto muito positivo no livro foi enaltecer a Deus como Dono da Obra e não os fundadores deste Ministério, além de sempre fazer referências bíblicas e retratar a história com carinho, mas sem desmerecer as demais denominações em nosso País. Além disso, a narrativa mostra para os que não compreendem o porquê de tantos ministérios desta denominação, deixando claro como isso ocorreu no passado.
Eu recomendo a leitura do livro para os que gostam de biografias e para os membros da Assembleia de Deus, independente do Ministério que façam parte. É muito bom conhecer as origens.

As Crônicas de Nárnia

Livro emprestado por Joh

Antes de começar a opinar sobre o livro, gostaria de dizer que me valho do direito de liberdade de pensamento, concedido pela nossa Constituinte. Sei que existem opiniões divergentes da minha e respeito quem pensa diferente. Sou favorável ao debate educado. Há spoiller.

            Eu tive curiosidade em ler As crônicas de Nárnia depois de ler um comentário sobre ele em outro livro. Aí vieram vários comentários de pessoas que o leram e se derretiam em elogios. A curiosidade foi grande e quando o livro chegou a minhas mãos, atirei-me a leitura com prazer. A primeira surpresa foi descobrir que não é uma estória, mas vários contos dentro de um livro que podem se ligar por algum elemento ou personagem. A segunda surpresa foi perceber que não era um livro cristão, como haviam dito pra mim; aliás, eu poderia defini-lo como um livro anticristão e herético. A última surpresa foi perceber que não se tratava de literatura infantil, há situações completamente assustadoras e personagens que fariam uma criança não dormir a noite.

            Como são sete crônicas, vou opinar sobre cada uma.

                        O sobrinho do Mago

            Pelo título, eu já devia supor que haveria magia na estória. Porém, eu não me liguei e comecei a ler ansiosa. O começo foi entediante. Havia alguma coisa enfadonha na narrativa. Eu pensei em desistir, mas esperando chegar aos trechos tão elogiados, prossegui. Duas crianças se encontram em um momento incomum e ambas resolvem dar um passeio por entre as casas do quarteirão, através de uma quase passagem secreta. É aí que elas caem numa cilada de adentrarem o quarto do tio do garoto que é um feiticeiro. Não me empolgou ler isto, mas imaginando que haveria mudanças segui em frente e foi aí que tudo desandou e as crianças foram obrigadas a viajarem no tempo para um lugar desconhecido onde acabaram por encontrar uma terrível feiticeira. A primeira crônica já mostra o quanto o autor desconhece a Palavra de Deus, pois na Bíblia, a feitiçaria é combatida veementemente. Em seguida veio a descrição da feiticeira como descendente de Lillith, o que nos leva a perceber a apologia a uma heresia disseminada por grupos e seitas. Fiquei tão indignada ao ler esse trecho que pensei seriamente em largar o livro pra lá, porém achei melhor obrigar-me a leitura para refutá-lo. Sim, pois não há nada que possa ao menos se assemelhar a Palavra de Deus. É absurdo a teoria de que Aslam, o leãzinho que aparece criando Nárnia, seja uma alusão a Cristo. Comparar meu Salvador com essa figura é blasfemo. A narrativa da criação desse lugar tem alguma alusão à narrativa bíblica sobre a criação do mundo, porém é perceptível a ironia disso. Dá a entender que é uma zombaria a crença cristã. A estória segue com as crianças vivendo algumas aventuras nesse novo mundo e conhecendo muitos seres estranhos, que são típicos de algumas culturas pagãs. Isso só reforça o quanto o livro é apologético as muitas mitologias e crenças que já existiram, mas que vão totalmente de encontro a Palavra. Durante a leitura eu não parava de pensar no que nos exorta o Apóstolo Paulo em suas cartas, quando fala sobre seitas, heresias, e a mentira dos homens que tenta anular a Verdade, através de fábulas. É isso que o livro propõe. As crianças passam por muitas situações conflitantes e até assustadoras, para só então poder voltar para suas casas trazendo uma maçã que se supõe curar doenças. O fim da crônica é uma grande ironia, o autor fala sobre o feiticeiro não querer mais se envolver com feitiçaria, depois de toda situação ruim pela qual passara, mas a impressão que fica é que ele quer atrair o leitor ao mundo do ocultismo, fazendo crer que tudo pode ser uma grande brincadeira.

                        O leão, a feiticeira e o guarda-roupa

            Essa é a crônica mais elogiada e que já ganhou reprodução cinematográfica, embora eu jamais tenha assistido. O começo da narrativa nos faz supor que o professor da estória que hospeda os garotos, é o próprio garoto da crônica anterior, que agora já está velho. Ele tem um guarda-roupa feito com a madeira da macieira plantada pelas crianças na crônica O sobrinho do mago. As crianças, quatro irmãos, resolvem brincar de esconde-esconde e a caçula entra no guarda-roupa e vai parar num mundo diferente, Nárnia. Ela encontra um ser mitológico que a leva para um passeio e depois a ajuda a voltar. A garotinha conta pros irmãos o mundo conhecido e eles zombam dela, mas o mais novo dos meninos acaba indo parar lá também e conhece a feiticeira. Sim, é mais uma crônica recheada de misticismo e apologia a crenças mitológicas. Por fim as quatro crianças embarcam na aventura desse mundo desconhecido, encontram aventuras, momentos assustadores e aterrorizantes, conhecem o leão que é o rei do pedaço, mas que não manda em nada; lutam contra a feiticeira e voltam pra casa, para descobrir que saíram há poucos minutos. Não há nada de belo na narrativa da morte do leão. Embora muitos apontem como uma analogia ao sacrifício vicário de Cristo, eu vejo que se houve uma intenção análoga, foi mais uma zombaria a fé cristã. Quem ler a Bíblia e busca conhecê-la, percebe que Ela refuta completamente esse livro. Não há a menor chance de serem comparados.

                        O cavalo e seu menino

            Essa crônica é uma das poucas que começa empolgante sem a presença de seres mitológicos e sem uma narrativa enfadonha. Um garoto vivendo em regime escravo ver chegar a sua cabana um homem rico que fala sobre um lugar de fartura. O dono do garoto negocia a venda dele com o homem e o menino fica a ponderar sobre o seu futuro, até que o cavalo do homem rico convence-o a fugirem, e eles embarcam em uma grande aventura. No meio dela conhecem uma garota com sua égua que também estão fugindo. Eles vivem algumas aventuras e a crônica perde a graça quando os seres mitológicos ressurgem. O leão demonstra um lado nada legal quando fere a garota. O casal de crianças e os animais chegam a Nárnia para viverem felizes para sempre. E aí ficam algumas indagações ao leitor: o autor teria preconceito com negros? Porque ele descreve as pessoas boas como sendo de pele branca e o povo mau como de pele escura. O autor compactua com a pedofilia? Ele apresenta a garota como uma criança fugindo de um casamento, para em seguida fazê-la casar quando chega a Nárnia. Ele teria preconceito com anões? Ele os menciona em todas as crônicas quase sempre como se eles fossem iguais aos seres mitológicos.

                        Príncipe Caspian

            Essa é uma crônica de aventura que seria bem legal se não fosse a mitologia e o misticismo presentes. Os quatro irmãos voltam a Nárnia e novamente enfrentam perigos e situações difíceis. Eles têm que enfrentar batalhas externas e conflitos entre si. O leão aparece como se fosse o auxílio que eles precisam, embora que isso só ocorra quando não há mais saída. Então o leão os manda de volta ao seu mundo, avisando que os dois mais velhos não retornarão mais a Nárnia. O que nos leva a pensar o porquê de somente as crianças pequenas poderem adentrar nesse mundo. Seria isso uma forma de mostrar que os maiores são capazes de compreender tudo enquanto os pequenos são facilmente manipulados?

                        A viagem do peregrino da Alvorada

            As duas crianças mais novas estão de volta ao mundo de Aslam, porém trazem consigo o primo chato que reclama de tudo. Eles seguem num navio para uma viagem recheada de aventura com o príncipe de Nárnia, passando por muitos perigos e conhecendo muitos lugares. No meio dessa aventura novos seres mitológicos são apresentados, além de algumas teorias serem trazidas a estória. Um dos garotos é transformado em um dragão e isso nos faz lembrar o quanto a Palavra de Deus compara o nosso inimigo como um dragão. Eles se divertem com tudo o que vivem até serem enviados de volta para casa. Menos o primo chato que provavelmente não se divertiu quanto gostaria nesse mundo louco.

                        A cadeira de prata

            Agora é a vez de o primo chato ser enviado a Nárnia junto com uma amiguinha do colégio. Eles vão meio sem querer, escolhidos para uma missão que transparece ser desnecessária. O leão os atrai e dá as diretrizes à garota de maneira que ela não deve se esquecer. Então eles embarcam na aventura em busca de salvar o príncipe de Nárnia, juntamente com um ser mitológico que deverá ser o guia de ambos, mas que é muito pessimista e um tanto supersticioso. A aventura é cansativa. Não dá muita empolgação pra ler. Eles encontram uma feiticeira (sempre tem uma nas estórias) e ela os engana jogando-os diretamente a morte. As crianças descobrem a verdade e fogem caindo num buraco que os leva ao centro da terra onde novos seres mitológicos os prendem e os levam a um castelo, onde está um jovem tolo. Depois de verem tanta coisa sem sentido eles percebem que é ali sua missão e lutam para sair. A feiticeira é destruída quando ela torna-se uma serpente assustadora. As crianças, o ser mitológico e o rapaz retornam a Nárnia onde há uma grande festa, depois o leão os leva de volta ao colégio assustando as outras crianças e a diretora. Definitivamente o leão não dá pra ser um rei pelo simples fato de só aparecer quando todos já têm salvado o dia.

                        A última batalha

            Finalmente a última crônica do livro! Já não aguentava mais ler tanta bobagem. Nessa última um macaco resolve bancar o esperto em Nárnia. Ele usa um pobre asno para ser o seu serviçal e montam um teatrinho para os outros habitantes do lugar, fazendo-os crer que o asno é Aslan. É claro que ele o coloca fantasiado e só o apresenta a noite no escuro. Os bichos tolos dão crédito e começam a obedecer às ordens absurdas. Nessa crônica o preconceito é nítido. O autor cita humanos e anões, dando a entender que ele considera estes, como seres não humanos. Ele também coloca os calormanos como inimigos mortais de Aslan e estes são descritos como homens de pele escura e adoradores de um deus horrível. Em parceria com o macaco, os calormanos tentam escravizar os narnianos e inventam que tanto faz o leão deles quanto o deus dos outros, são todos iguais. Os bichos começam a ficar confusos e aí as crianças da crônica anterior, reaparecem para ajudar o rei de Nárnia e os demais moradores que não seguem o macaco. Há uma grande batalha, e todos vão parar em outro lugar aonde só vão os escolhidos de Aslan. Então Nárnia deixa de existir. Se a intenção era que essa crônica fosse uma analogia ao livro de Apocalipse, eu só posso dizer que é um pensamento absurdo. O leão, em todas as crônicas, foi uma figura apática, deixando a seu povo e a sua terra sofrerem danos terríveis, até que alguma criança vinha resolver, pois ele mesmo não resolvia nada. E às vezes ele era até mesmo malvado. Enfim, querer comparar estas crônicas com a Palavra de Deus é tão absurdo quanto querer comparar qualquer crença pagã com o cristianismo verdadeiro, puro e simples.

 

            Eu não aprovo o livro. Daria milhares de estrelas negativas. Achei o livro herético, preconceituoso e enfadonho. A narrativa é na maioria das vezes cansativa. E não digo isso porque reprovo o conteúdo, porque já li livros que reprovava o teor com toda a minha alma, mas não conseguia deixar de ler porque simplesmente o autor conseguia prender-me a sua escrita. Este, entretanto, foi tão chato que levei muitos meses para conseguir lê-lo. Cada vez que lia um parágrafo já dava vontade de parar e desistir. Não afirmo que isso foi em todo o livro, pois na crônica O cavalo e seu menino, a narrativa foi mais interessante. Enfim, para os que pensam que é um livro cristão, não é! Recomendo-lhe que não percam seu tempo. Leiam a Bíblia e mergulhem nas cartas paulinas com o coração aberto, que refutaram este livro com toda convicção.